quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

DULCINA DE MORAES. A DAMA DO TEATRO.

GLEUDECYQuinta-feira, 31 de Janeiro de 2008

Viva a Dulcina de Moraes!!!
Foto: Arquivo FBT//DivulgaçãoEscrevi este artigo em 29 de setembro de 2005, na página de Opinião do Correio Braziliense. É a minha homenagem singela à Dulcina de Moraes. A gente do blog Cricri torce para que este centenário seja um motivo para falar muito dessa mulher e de sua história de seis décadas dedicadas ao teatro. Ao mesmo tempo, torcemos para que as autoridades recuperem o seu acervo e disponibilize ao público com a criação de um museu. É sonho, é carnaval, é tempo de parar de postar e correr atrás do trio elétrico. Evoé e Viva a Dulcina de Moraes!!! Segue o artigo:
As gargalhadas de DulcinaPor Sérgio MaggioCorreio Braziliense29/9/2005
A primeira vez em que entrei na Fundação Brasileira de Teatro fiquei impressionado com uma foto de Dulcina de Moraes. Com o olho direito esbugalhado e boca de diva, ela parecia me medir dos pés à cabeça. Lembro de nutrir um desejo intenso de que estivesse viva, expressiva e vigorosa como sugeria aquela imagem. Confesso que daquele dia em diante fiquei encantado com a personalidade da atriz, diretora, educadora e visionária. Tão envolvido que certa noite a encontrei em sonho. Tinha acabado de fazer uma reportagem sobre sua vida e obra. Ainda folheava as páginas da biografia escrita por Sérgio Viotti quando adormeci. Dulcina estava exuberante como era descrita no livro. Eu conversava não sei o que e ela gargalhava; comentava algo de que nem faço idéia e dobrava-se em risos.Acordei me indagando. Por que Dulcina de Moraes estava imersa em felicidade absoluta se aqui, no mundo dos vivos, o tempo é de aridez? Quer um motivo para silenciar o riso? O acervo da atriz, matrona do teatro brasileiro, está ameaçado. Sete décadas de história estão entulhadas em um quartinho no subsolo da FBT. Ali estão peças de figurino riquíssimo da Companhia Dulcina-Odilon. São vestidos, sapatos, chapéus, adereços, paletós. Um baú guarda cartas, fotos, cartazes e documentos que ajudariam o Brasil a conhecer melhor a história do seu teatro. Tudo é zelado, com limitações, pelos funcionários que chamam o cubículo de “moquifo da Dudu”. Até hoje, desde a sua morte, em 1996, governo algum se indignou diante do tesouro incalculável.Não quero estragar a felicidade da Dulcina do meu sonho, mas sei de outra notícia triste. O teatro, que leva seu nome, precisa de reforma urgente. Desde 1992, envelhece sem intervenção. No palco, as tábuas apodrecem. No teto, a fiação está exposta e sobrecarregada. As poltronas, sucateadas. A reforma está orçada em R$ 2 milhões, e a FBT mal tem dinheiro para pagar as despesas cotidianas. Para piorar, Dulcina de Moraes, a mulher que modernizou o teatro brasileiro, anda esquecida. Pouco se fala dela nas escolas, pouco se preserva da sua passagem pela terra.Diante disso, por que será que a atriz gargalhava? Seria por conta da estupidez dos que ficaram por aqui? Dulcina, volta aos meus sonhos e me explica o que parece inexplicável.
Postado por Sérgio Maggio às
00:22

1 comentários:
Teatro em transe disse...
Minha última apresentação no Teatro Dulcina se deu há pelos menos seis anos. Um recital poético e o lançamento do respectivo cd de poesias chamado Raízes da Voz.Dividi o camarim com baratas e mofo. Posteriormente, depois do pagamento de uma taxa absurda, foi um suplício receber a nota fiscal para prestação de contas do meu projeto junto à SEC (FAC), que ora me apoiava. Lamentável!E nem vou citar aqui o naufrágio de um titanic chamado "Coqueiro que dá Coco", ou melhor, no caso, abacaxi...Tudo isso, sobre a luta, o sonho e a garra dessa mulher.Adeilton Lima
31 de Janeiro de 2008 10:23
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